Sabe, a vida
acaba ensinando muito a quem nasce no pé da serra, e sobrevive, vendo o nascer de uma sociedade. Nasci,
logo depois da emancipação do município, e vivi meus primeiros dias, no pé da serra, com
Democracia, sendo defendida em uma câmara municipal, que preservava valores,
não fazia fortuna de seus membros. Conheci homens públicos
desta terra, que permaneceram íntegros,
mesmo sendo poderosos políticos, de
nossa região. Vivi o tempo de Armando Cunha, Gigino Aldo Trumbino, Joseé Jaime Ruivo e outros
senhores de dignidade e honram, que formaram o que hoje chamamos de cidade. Vivi o tempo de Abel Tenório, homem
forte, poderoso e justo dentro de seus princípios,
e nunca vi nenhum deles, desafiar a
integridade de ninguém, por seu pensar. Nunca vi ou escutei falar que um destes homens,
que montaram nossa Cubatão, como hoje
conhecemos, fazer ameaça a alguém, por
suas colocações políticas, ou por terem opiniões contrarias as que defendiam em
plenário. Vivo os momentos de Ditadura,
vendo minha terra, com intervenção federal, com
prefeito nomeado, e nunca escutei
falar, ou tive noticia que nenhum destes senhores, fizesse ameaças a
integridade de ninguém, por suas posições contrarias aos regime, que eles
defendiam. Hoje, após anos de luta,
temos democracia. Escolhemos o
prefeito, e nossa câmara de vereadores, com a liberdade que a democracia nos deu, mesmo custando a
vida de outros, para a obter. Fico aqui pensando o porque um vereador, eleito pelo povo, mandatário de um cargo
popular, obtido em urna, pelo voto democrático,
se rebaixa ao ponto, de usar sua força política, para ameaçar quem pensa
diferente do que ele defende. Como pode, um
político de minha terra, descer a tal ponto, no conceito da honra , a se
colocar neste patamar. Quando vemos políticos, se posicionar contra o
povo, natural é que o povo, a isso se
revolte. Já houve revoltas populares sobre posições tomadas em nossa câmara, a
tempos atrás, mas nenhum homem público, ameaçou ninguém, como o que estamos observando ser feito, nesta
legislatura. Não entendo o descer tão baixo, de um homem publico. Não entendo
como pode um vereador, com mandato
popular, se opor a represaria de quem
o colocou no poder. Seu mandato pertence ao povo, e o povo, tem o direito, dentro da democracia em que vivemos, de expressar a sua
opinião livremente. Claro que há limite, mas
onde começa o direito da ameaça, e termina o direito da livre manifestação do povo? Quem determina este
limite, a não ser a democracia? Num regime democrático, a opinião, tem o valor
da censura ou da revolta. São direitos inerentes
ao povo,
e se deve, em democracia, permitir o exercer deles, com a liberdade da democracia,
ou não a merecemos. Talvez esteja na hora deste homem publico, com mandato popular em seus ombros, parar
para pensar no que anda a fazer, com o voto lhe dado, pois o voto
não o transforma em senhor feudal, apenas lhe da o direito de representar
o povo, não o ameaçar. Como cada
vereador, no exercício de seu mandato, tem o direito da livre expressão, ao
povo, ao munícipe é também reservado o mesmo direito, em democracia: o
direito da opinião. Talvez esteja na hora de mudar as regras deste jogo, que a câmara municipal resolveu jogar. Talvez
alguém tenha que chamar as falas, estes
senhores com canudo eleitoral debaixo do sovaco, e falar abertamente a eles,
que são servidores públicos, como eu já fui,
e seu dever é defender a municipalidade, não ameaçar quem pensa diferente deles. Talvez, e só
talvez, esteja na hora deste vereador,
tomar atento ao que anda fazendo,
com o cargo, que o povo lhe deu, pois como todo homem publico, tem ele telhado de vidro, e não é de bom tom, desafiar o povo, que pode jogar
pedras, e pesadas, no telhado de porcelana, que ele cuida a tempos, de
manter sem pedradas... Talvez e só
talvez, hora seja de se começar a respeitar a opinião de todos,
e se
construir, na realidade, sem
contra mãos de historia, sem
pesos e sem medidas alem daquelas que o mandato lhe da, a verdadeira democracia
em terras que Afonso Schmidt se criou e
se tornou maior que o seu
espaço. Não quero ensinar nada a ninguém,
pois não sou professor de coisa alguma, não sou bacharel de nada nesta vida, sou apenas um escriba, um
cubatense, que nos últimos anos, apreendeu a conviver com o certo e o errado,
nesta cidade, e ponderar com a justiça, com a ordem, para por em letras de forma a verdade de nossa terra, e ela me diz, a tal verdade, que
há excesso. E se este excesso, e sim
daqueles eleitos, para defender este tal povo, que agora se sente ameaçado, sem
defesa, coagido por um poder, que do povo emana, mas esta sendo usado contra
ele, por quem eleito foi para defender a
democracia, não a usar como defesa de seus atos pouco democráticos. Parece, e
so parece por enquanto, que tem vereadores, que se julgam acima do direito, a cima da justiça, alem de seus deveres, e isso, em democracia tem nome: impunidade. Pensam estes senhores, que a impunidade pode protegê-los para o
sempre, e não é bem assim, que o andou anda. Não é bem assim, que a cidade
reage. Não é bem assim, que a urna fala, de quatro em quatro anos. Por mais
poder, que um homem tenha , deve ter ele
o senso de usar seu poder, com medida, com justiça, do contrario, seu poder lhe é tirado, por um poder maior: o poder do
povo, da revolta popular, da reconquista
do que lhe foi emprestado por uns tempos: seu mandato. Se uma coisa se apreende, falando de política nesta cidade, é a dose de
verdade, que se tem que colocar nas
palavras, e eu as coloco com dosagem certa, do contrario, não estaria aqui,
colocando para quem me ler que =há excessos sendo cometidos, por homens públicos, nesta cidade,
e eles estão passando dos limites, que a
honra dita, que a justiça espera, e que o bom senso, manda conter. Cada um
caminha pelo espaço que quer, e aquenta o repuxo que provoca, com seus passos dados na direção
que se propõe andar.... Que cada um
lembre disto, e análise isso, com a frieza
de quem tem mais a perder, do que a ganhar, com a rudeza de suas
colocações, e com as ameaças que faz a terceiros. Não pense que o ameaçado, não
tem defesa, pois não sabe quem a pode defender e como. Talvez, nem
tenha idéia de quem ofende ou ameace. Cuidado, com o coice do
burro, pois ele pode vir muito mais
forte, do que pensa!!!!
Carlos Alberto Lopes
Editor de O Anacoluto Cubatão
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